A invasão russa à Ucrânia já fez com que mais de 1 milhão de pessoas deixassem o país na primeira semana do conflito
O promotor Karim Khan, do Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, confirmou nesta quinta-feira (3) a abertura imediata de uma investigação sobre a situação na Ucrânia para avaliar supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia.
O inquérito foi solicitado por 39 países membros do tribunal de Haia, incluindo a Itália. O Brasil, por sua vez, não foi um dos signatários (há 123 países que poderiam pedir a investigação).
"Acabei de informar a presidência do Tribunal Penal Internacional sobre minha decisão de abrir imediatamente uma investigação sobre a situação na Ucrânia", disse Khan, em comunicado. "O nosso trabalho de recolher provas começou".
Agora, o gabinete do promotor começará a coletar evidências de alegações de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometidos no território ucraniano.
A invasão russa à Ucrânia já fez com que mais de 1 milhão de pessoas deixassem o país na primeira semana do conflito e se refugiassem em nações vizinhas, principalmente na Polônia, segundo o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi.
Ontem, pelo menos 10 pessoas, incluindo oito crianças, foram evacuadas do porão de uma escola na cidade de Severodonetsk, após um bombardeio russo.
Enquanto os ataques se intensificam em torno de Kiev e Kharkiv, as duas principais cidades da Ucrânia, as forças russas começam a redesenhar o mapa com a tomada de Kherson, ao sul do país.
Nesta quinta, ataques aéreos das forças russas foram registrados também na cidade ucraniana de Chernihiv, onde pelo menos 33 pessoas morreram. Segundo os serviços de emergência da Ucrânia, os 33 corpos foram recuperados dos escombros, depois de uma estimativa anterior falar em 22 mortos.
Os trabalhos de resgate foram temporariamente suspensos devido a outros bombardeios na área. Mais cedo, o governo regional anunciou que duas escolas e casas foram atingidas.