LAURA ALVARENGA EM 5 DE JANEIRO DE 2022, ÀS 16:40
Pouco tempo após o surgimento da variante ômicron, a Covid-19 voltou a aparecer em uma nova versão. Há poucas semanas pesquisadores franceses descobriram e anunciaram a Ihu.
O estudo que permitiu a descoberta desta nova variante da Covid-19 foi realizado pelo Instituto Hospitalar Universitário de Marselha, cujas primeiras descobertas foram publicadas ainda no final de dezembro enquanto aguardavam a validação pelos pares.
A variante Ihu, denominada de B.1.640.2, sobre a qual havia pouco conhecimento até a ocasião, também tinha resultado em uma quantidade limitada de casos de Covid-19. Segundo o centro de estudos especializado em doenças infecciosas, o primeiro caso foi identificado na cidade de Forcalquier, no departamento de Alpes da Alta Provença.
Outros casos da nova variante da Covid-19 ainda foram registrados na região de Marselha, e estão vinculados às viagens para Camarões. É importante explicar que esta variante contém 46 mutações, superando a ômicron, sendo uma das duas derivadas da B.1.640, que haviam sido localizadas no final do mês de setembro na República do Congo.
Um elemento peculiar da variante Ihu é que uma das mutações dela está associada ao possível aumento na transmissão do vírus. Entre o total de variações, 9 delas consistem na proteína “spike”, utilizada para se prender às células humanas.
Segundo os autores do estudo, a identificação mostra novamente a imprevisibilidade do surgimento de novas variantes da Covid-19. Para o virologista e professor do Instituto de Medicina Tropical, José Eduardo Levi, o alto número de mutações não quer dizer que a variante seja mais grave, mas que existem sim chances de ela ser mais perigosa.
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Levi ainda explicou que as mutações na proteína “spike” são mais valorizadas, tendo em vista a probabilidade de alterarem as características biológicas do vírus, como a transmissão, mas que isso também não se trata de um indicativo de maior preocupação.
O primeiro caso desta nova cepa foi ligado a uma pessoa com histórico de viagens a Camarões, na região oeste da África. Embora ainda não tenha sido confirmado com exatidão de onde a variante é originária do continente africano, é preciso levar em conta que as taxas de vacinação no país são consideradas baixas, com apenas 2,4% dos camaroenses imunizados, de acordo com a Universidade John Hopkins.