Mark Hosenball
As agências de inteligência dos EUA disseram, nesta sexta-feira, que talvez nunca consigam identificar as origens da Covid-19, ao divulgarem uma nova versão mais detalhada de sua análise para determinar se o coronavírus partiu dos animal para a transmissão humana ou vazou de algum laboratório.
O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA (ODNI) afirmou em um relatório que uma origem natural e um vazamento de laboratório são hipóteses plausíveis de como o Sars-Cov-2 infectou humanos pela primeira vez. Mas disse que os analistas discordam sobre o que é mais provável ou se alguma avaliação definitiva pode ser feita.
O relatório também rejeitou sugestões de que o coronavírus se originou como uma arma biológica, dizendo que os proponentes dessa teoria "não têm acesso direto ao Instituto de Virologia de Wuhan" e foram acusados de espalhar desinformação.
O relatório divulgado nesta sexta-feira é uma atualização de uma revisão de 90 dias que o governo do presidente Joe Biden revelou em agosto, em meio a intensas disputas políticas internas sobre o quanto culpar a China pelos efeitos da pandemia global, em vez de governos que podem não ter agido com rapidez suficiente para proteger os cidadãos.
A China respondeu nesta sexta-feira criticando o relatório.
"Os movimentos dos EUA de confiar em seu aparato de inteligência em vez de cientistas para rastrear as origens da Covid-19 são uma farsa política completa", disse Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, em um comunicado por email.
O ex-presidente republicano Donald Trump --que perdeu sua candidatura à reeleição quando a pandemia devastou a economia dos EUA-- e muitos de seus apoiadores se referiram à Covid-19 como "vírus chinês".