O Talibã anunciou nesta quarta-feira (20) que capturou 250 membros do Estado Islâmico de Khorasan (EI-K ou Isis-K), grupo terrorista que tem assumido a responsabilidade por diversos ataques no Afeganistão desde que os rebeldes tomaram o poder.
Segundo o porta-voz do grupo fundamentalista islâmico, Zabihullah Mujahid, a operação ocorreu no mês passado e todos os combatentes fugiram de prisões no país.
Os autointitulados estudantes do Alcorão também confirmaram ter frustrado dezenas de atentados terroristas do mesmo grupo jihadista.
A informação é divulgada no dia em que a Rússia, China e Irã sugeriram uma atuação junto ao Talibã no Afeganistão para garantir "estabilidade na região", enquanto apelam ao novo poder de Cabul para implementar "políticas moderadas".
"Preocupados com a atividade de organizações terroristas no país, as partes reafirmaram sua disposição de continuar promovendo a segurança no território", escreveram os três governos em um comunicado conjunto divulgado ao final das discussões.
Morte jogadora - Uma jogadora da equipe juvenil de vôlei do Afeganistão, Mahjubin Hakimi, foi decapitada pelo Talibã em Cabul, informou a mídia indiana, após o caso ser denunciado ao "Persian Independent" por um de seus treinadores, cuja identidade foi divulgada com o pseudônimo Suraya Afzali, por razões de segurança.
A menina teria sido assassinada no início de outubro, mas a notícia não foi divulgada por sua família por medo de represálias. Segundo o técnico, as circunstâncias da morte da jogadora eram de conhecimento apenas dos familiares.
De acordo com a imprensa, antes do Talibã chegar ao poder, a jogadora de vôlei atuou pela seleção municipal da capital afegã.
O técnico ainda explicou que, de todas as atletas do time, apenas duas conseguiram fugir para o exterior, enquanto todas as outras "foram obrigadas a fugir e a se esconder". Além disso, as tentativas de "obter ajuda de organismos internacionais e países não tiveram êxito".
Nas últimas semanas, cerca de 30 atletas da seleção nacional de vôlei do Afeganistão já haviam dito temer violência e represálias do Talibã por sua atividade esportiva, pedindo à comunidade internacional que as ajudasse a deixar o país. Alguns de seus companheiros que conseguiram escapar relataram o assassinato, em agosto, de outro jogador do time a tiros.