Em relatório semestral, o Banco Mundial revisou a estimativa de crescimento do PIB de de 2,5% para 1,7%; para este ano, a previsão de crescimento subiu de 3% para 5,3%
Gabriel Bueno da Costa
O Banco Mundial publicou, nesta quarta-feira, 6, relatório semestral sobre a América Latina e o Caribe. No documento, a entidade revisou para cima sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano e também em 2023, mas reduziu a expectativa para 2022. Agora, o Banco Mundial projeta crescimento do País de 5,3% em 2021, de 1,7% em 2022 e de 2,5% em 2023. No mesmo relatório semestral de abril, as previsões eram de 3,0%, 2,5% e 2,3%, respectivamente.
Para toda a América Latina e o Caribe, o Banco Mundial espera agora crescimento econômico de 6,3% neste ano, de 2,8% no próximo e de 2,6% em 2023. No caso da Argentina, as previsões são de avanços de 7,5%, 2,6% e 2,1%, respectivamente, e no do México de 5,7%, 3,0% e 2,2%. Para o Chile, são de 10,6%, 2,4% e 1,8% e para a Colômbia, de 7,7%, 4,2% e 3,9%.
O relatório é intitulado "Recuperação do crescimento - Reconstruindo economias dinâmicas pós-COVID-19 em meio a restrições orçamentárias". Na comparação com o mesmo documento de março, houve alta na projeção para o crescimento de toda a região neste ano, mas o Banco Mundial diz que a recuperação regional da covid-19 tem sido mais lenta do que se esperava "e as marcas na economia e na sociedade levarão anos para cicatrizar". "Nunca foi tão premente a necessidade de recuperar um crescimento dinâmico, inclusivo e sustentável para enfrentar as consequências da pandemia e buscar soluções para carências sociais históricas", afirma.
O Banco Mundial destaca o "custo social devastador" da pandemia, ao notar que, excetuando-se o Brasil, os índices de pobreza, medidos por renda domiciliar per capita até US$ 5,50 o dia, aumentaram de 24,0% a 26,7%. Para o Banco Mundial, mesmo que a recuperação econômica regional seja mais forte do que o previsto no início do ano, ela "ainda permanece mais lenta do que ditaria a atual conjuntura favorável".
A entidade menciona alguns desafios na retomada, como a recorrência do vírus da covid-19; a perspectiva de redução na liquidez global para conter a inflação; altos níveis de endividamento e falta de clareza sobre a solidez do setor bancário; déficits orçamentários crescentes; e o aumento da dívida pública.