Hospital Pequeno Príncipe chama atenção sobre os impactos da exposição aos poluentes e os cuidados com o público infanto-juvenil
Curitiba, 11 de setembro de 2024 - Cerca de 40 milhões de crianças e adolescentes estão expostos a mais de um risco ambiental no país, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A poluição do ar – que impacta 24,8 milhões de pessoas até 18 anos – está diretamente ligada às mudanças climáticas. No Brasil, o cenário é agravado pelas queimadas e secas. Devido à situação alarmante, o Hospital Pequeno Príncipe chama atenção sobre os impactos da exposição aos poluentes e os cuidados com a saúde do público infantojuvenil.
A pneumologista pediátrica Raísa Elena Tavares Pinheiro, do Hospital Pequeno Príncipe, pontua como a exposição precoce à poluição do ar pode afetar o desenvolvimento pulmonar em curto, médio e longo prazo. “No decorrer da vida, já há associações entre essa exposição e evolução de patologias pulmonares por faixa etária. Por exemplo, prematuridade e a doença pulmonar crônica ao nascimento; asma, queda da função pulmonar, alergia e infecções respiratórias na infância; e doença pulmonar obstrutiva crônica na fase adulta”, esclarece.
O aparelho respiratório humano é projetado para receber ar puro e limpo. Mas, em razão da industrialização e poluição urbana, as pessoas estão constantemente expostas à inalação de poluentes. O nariz desempenha um papel crucial como a primeira barreira de defesa contra esses agentes. Para isso, utiliza pelos nasais e muco para capturar e eliminar partículas nocivas e encaminhá-las para o aparelho digestivo, onde são neutralizadas.
No entanto, frente ao aumento da poluição ambiental, esses mecanismos de defesa se tornam insuficientes, especialmente em crianças. Os poluentes variam em composição e podem incluir partículas ultrafinas, que transportam componentes tóxicos, além de vírus e bactérias presentes, para dentro do organismo. E isso impacta a saúde de diferentes formas.
Impacto da poluição do ar na saúde das crianças
Em crianças, a exposição a poluentes em altas concentrações e/ou por longos períodos pode afetar:
cérebro, causando atrasos no desenvolvimento, problemas de comportamento e até mesmo de desenvolvimento intelectual;
pulmões, que não se desenvolvem completamente, com a piora de pneumopatias crônicas, como fibrose cística;
sistema imunológico, que fica fragilizado;
infecções respiratórias, como asma, bronquite e pneumonia, que já são comuns em crianças, ficam mais severas e frequentes.
Dicas para proteger a saúde
A poluição do ar é um fator de risco prevenível e modificável para doenças pulmonares. Nesse sentido, inclui ações ambientais relacionadas à comunidade e à saúde pública. Entre elas, tráfego veicular, exposição a queimadas e incêndios e emissões industriais. Além disso, medidas individuais nas residências, como exposição passiva ao tabaco e emissões por fornos, aquecedores ou lareiras.
No dia a dia, os pais e cuidadores podem adotar iniciativas simples de cuidados para amenizar os impactos da poluição do ar na saúde das crianças, como:
incentivar a hidratação com água em vários momentos ao dia;
controlar o ambiente de odores, poeira, fumaça, tabaco e outras emissões;
utilizar umidificadores, que precisam ser limpos diariamente para não acumular mofo. Ou usar toalhas molhadas e bacias com água;
realizar a umidificação nasal, seja por meio de nebulizações ou lavagem nasal com soro fisiológico, ao menos uma vez ao dia, mesmo sem sintomas;
para reduzir a inalação de partículas finas, em locais próximos aos focos de queimadas, o Ministério da Saúde indica as máscaras de modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100. Além disso, permanecer, se possível, dentro de casa, em local ventilado, com ar-condicionado ou purificadores de ar;
por fim, quem tiver contato direto com áreas próximas às queimadas deve procurar atendimento caso apresente sintomas como falta de ar, chiado no peito, tontura e dor de cabeça.
Serviço de Pneumologia
O Serviço de Pneumologia do Hospital Pequeno Príncipe é dedicado ao diagnóstico e tratamento de doenças do aparelho respiratório. Entre elas, enfermidades pulmonares agudas e crônicas, bem como doenças não pulmonares que afetam o sistema respiratório. Ainda mais, é referência nacional para o atendimento de fibrose cística, uma condição genética que compromete os sistemas respiratório e digestório.
Sobre o Pequeno Príncipe
Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de cem anos para crianças e adolescentes de todo o Brasil. É referência nacional em tratamentos de média e alta complexidade, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Com 369 leitos, incluídas as 76 UTIs, atende em 47 especialidades e áreas da pediatria, que contemplam diagnóstico e tratamento, com equipes multiprofissionais, e promove 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2023, realizou cerca de 228 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil cirurgias e 307 transplantes. E, pelo terceiro ano consecutivo, a instituição figura como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina, de acordo com um ranking elaborado pela revista norte-americana Newsweek.