Cão Max indicou que odor da menina foi identificado em chácara
11/11/2021 às 13h51
Pela primeira vez no Brasil, Justiça considera trabalho de cão farejador para definir sentença
Ação da Justiça é considerada um marco no ramo da cinotecnia brasileira
O caso da garota Vitória Gabrielly, de Araçariguama, voltou à tona nos noticiários nos últimos dias. É que nesta semana foi o julgamento de mais dois envolvidos no crime ocorrido em junho de 2018. O que chama a atenção é que pela primeira vez no Brasil, a Justiça levou em consideração o trabalho feito por um cão farejador. Max, integrante do Canil da Guarda Civil Municipal de Itupeva, foi fundamental em todo processo de investigação.
O GCM Santos, condutor de Max, dá detalhes sobre o caso. “O que acontece é que o nosso cão apontou que tinha odor da menina Vitória na chácara onde o casal Bruno e Mayara morava. Isso significa que, de alguma maneira o cheiro estava lá, seja por uma roupa, por exemplo. O cão Max foi responsável em colocar o casal no crime, por mais que eles neguem esta acusação”, disse Santos.
Segundo a sentença do juiz Flávio Roberto de Carvalho, Bruno foi condenado a 36 anos e 3 meses. Já Mayara foi sentenciada a 36 anos pelo homicídio, sequestro e ocultação de cadáver com qualificadoras.
A ação da Justiça é considerada no ramo da cinotecnia brasileira como um divisor de águas. “Todo o trabalho feito pelo Max, sob minha condução, foi usado no relatório para a prisão preventiva e também na investigação. Desde o primeiro momento que começamos a trabalhar neste caso, senti que a delegada, o juiz e o Ministério Público depositaram confiança em nosso trabalho e em tudo o que o Max apontou. Isso nos deixa muito satisfeitos e com a sensação de dever cumprido”, acrescentou o GCM Santos.
Max está com 5 anos e 8 meses e já é famoso no Brasil. O cão se destacou por auxiliar na localização de pessoas desaparecidas em diversos municípios, como Mongaguá, Alumínio, Arthur Nogueira, bem como em cidades do estado de Minas Gerais e outras localidades.
O caso - Vitória Gabrielly Guimarães Vaz tinha 12 anos quando desapareceu, em 2018, após sair de casa para andar de patins, em Araçariguama. O corpo dela foi encontrado oito dias depois, no meio de um matagal e perto dos patins.
Três pessoas foram presas e indiciadas por homicídio doloso suspeitas de envolvimento no crime. Um quarto suspeito também foi preso e é investigado. O julgamento dele não foi marcado.