Segundo endocrinologista do Vera Cruz Hospital, mau funcionamento da glândula gera desequilíbrio no organismo, mas tratamento e prevenção podem auxiliar
A glândula tireoide fica na região do pescoço e é responsável por inúmeras regulações hormonais (Foto: Barbora Hnyková/ Pixabay)
Maio, 2023 – A glândula tireoide, localizada na região do pescoço, é responsável pela produção de dois hormônios vitais para o funcionamento de órgãos como coração, cérebro, fígado e rins, chamados T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), podendo interferir na qualidade de vida sob diversas formas. “Eles também regulam ciclos menstruais, fertilidade, peso, memória, concentração, humor e até no controle emocional. Em crianças e adolescentes, ainda atuam no crescimento e no desenvolvimento”, explica a médica endocrinologista infantil do Vera Cruz Hospital, em Campinas, Adriana Mangue Esquiaveto Aun.
Por isso, é importante prestar muita atenção aos sinais do corpo, pois quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode tanto liberar hormônios em excesso, provocando o hipertireoidismo, como produzir quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo. De acordo com recente pesquisa do instituto YouGov, mais de 1,6 bilhão de pessoas no mundo sofrem com algum problema da tireoide. No Brasil, estima-se que seja um total de 15% da população.
“Os sintomas serão variáveis. No hipertireoidismo, por exemplo, o corpo, de modo geral, começa a funcionar mais rápido: o coração pode disparar, o intestino solta, a pessoa fica mais agitada, fala rápido, tem insônia, e há um misto de muita energia e muito cansaço. Ao contrário, no hipotireoidismo em que a produção hormonal é insuficiente, o organismo passa a operar mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Pode ocorrer também diminuição da capacidade de memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, pele seca, ganho de peso, aumento nos níveis de colesterol no sangue e, ainda, depressão”, detalha Adriana.
A mais comum é o hipotireoidismo, que segundo a especialista, pode ser congênito. “É uma dentre outras doenças detectadas no Teste do Pezinho, exame realizado nos bebês nos primeiros dias de vida. Importante ressaltar que as disfunções na tireoide podem ocorrer em todas as faixas etárias e em ambos os sexos”.
O diagnóstico é feito pela soma dos achados clínicos, do exame de palpação da tireoide, da dosagem laboratorial dos hormônios tireoidianos e de exames de imagem, como o ultrassom, por exemplo. Outro ponto importante de se observar, tanto no hiper, quanto no hipotireoidismo, é a presença de bócio, que é o aumento do volume tireoidiano, notado na palpação da glândula.
A boa notícia é que o problema tem tratamento e depende do tipo de disfunção diagnosticada. “No hipotireoidismo, o tratamento se dá pela reposição do hormônio que a tireoide deixou de fabricar, com admissão de medicamento em dosagem apropriada. Já no hipertireoidismo o tratamento pode incluir medicamentos, aplicação de iodo radioativo e até cirurgia, dependendo das características e causas da doença”, diz a médica.
Não é possível prevenir todo tipo de disfunção da tireoide, porém, aquela relacionada a uma dieta carente em iodo, pode ser evitada. “O iodo garante um bom funcionamento da glândula. Além disso, algumas substâncias conhecidas como disruptores endócrinos podem alterar o funcionamento dos hormônios tireoidianos, tais como pesticidas, ftalatos e bifenóis (usados em produtos infantis, de higiene pessoal e recipientes para alimentos), metais pesados como chumbo, mercúrio, cádmio, cobre, níquel e arsênico, dentre outros”, orienta.
“Em resumo, o bom funcionamento da tireoide garantirá um equilíbrio do organismo. Sua disfunção, portanto, gerará consequências sistêmicas ao corpo”, conclui Adriana.
Sobre o Vera Cruz Hospital
Há 79 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase cinco anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.