Criminosos depredaram tudo o que encontravam pela frente; trabalho de limpeza e troca de equipamentos quebrados deverá levar dias
André Borges
A sensação de quem circula pelas dependências do Congresso Nacional é de que um tsunami varreu tudo o que havia dentro das instalações do parlamento. Salões e gabinetes destruídos são o resultado da ação de extremistas que, no último domingo, 8, invadiram e depredaram a sede do Legislativo. O grupo seguiu, depois, pela Praça dos Três Poderes, para atacar o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Salões com carpetes cobertos por vidros estilhaçados. Cadeiras arrancadas e empilhadas, mesas depredadas. As cenas de destruição se repetem sala após sala. Os estragos começam no salão negro, por onde o grupo radical invadiu o Congresso, e seguem até o plenário do Senado, passando para presidência da Casa.
Na invasão do Congresso, os golpistas miraram até mesmo as câmeras de segurança interna. Os equipamentos de fiscalização de visitantes e de detecção de metais, que são máquinas de grande porte, foram completamente revirados.
Nas paredes de vidros escuros que circulam o Senado, é difícil encontrar alguma peça que esteja intacta. Todos foram quebrados com arremesso de metais, cadeiras e tudo o mais que os criminosos encontraram no caminho. Vasos de plantas foram arrebentados e espalhados no carpete.
Os terroristas destruíram, ainda, a tradicional maquete da cidade de Brasília que fica instalada entre o salão azul e o salão verde, na ligação do Senado com a Câmara. A entrada do gabinete da presidência do Senado foi completamente destruída, com suas portas arrancadas.
A reportagem encontrou equipamentos de segurança e computadores ainda ligados, jogados no meio dos entulhos que se formaram pelo caminho.
Em meio ao caos generalizado, uma área vital acabou por ficar intocada, a biblioteca do Senado Federal, que é dona de um acervo raro do parlamento.