Candidato a presidente falou: "que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários"
Redação, O Estado de S.Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se solidarizou com o ex-governador e pré-candidato ao governo de São Paulo Márcio França, após operação da Polícia Civil de São Paulo cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao político do PSB em uma nova etapa da Operação Raio X.
"Nossa constituição é clara sobre a presunção de inocência. Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais. Minha solidariedade para Márcio França", escreveu o petista em seu perfil no Twitter nesta quarta-feira, 5.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também se manifestou sobre a operação contra França e, assim como Lula, citou a presunção de inocência. "Nada contra investigar políticos, muito pelo contrário. O problema é o espetáculo extemporâneo", escreveu o político. "Reputação é obra de uma vida. Espero que tudo se esclareça o quanto antes".
França foi alvo de uma nova fase ostensiva de investigação que mira supostos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro envolvendo desvios em contratos firmados entre prefeituras e organizações sociais na área da Saúde.
A Polícia Civil de São Paulo suspeita de uma suposta ligação entre o pré-candidato ao governo paulista, e o médico Cleudson Garcia Montali, apontado como líder do grupo investigado na Raio X. O médico já foi condenado em ações penais derivadas das apurações.
Em reação, França classificou a operação como 'política' e afirmou: "Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas 'autoridades', com 'medo de perder as eleições', tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa".
O tom da nota divulgada pelo político do PSB foi semelhante à manifestação do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes, que foi alvo de buscas em dezembro, no âmbito de investigação sobre supostas fraudes e pagamento de propinas a agentes políticos e servidores públicos envolvendo as obras no estádio Castelão, em Fortaleza, capital cearense, entre 2010 e 2013.
Na ocasião, o pedetista se disse vítima de uma ordem judicial "abusiva" e afirmou que o País vive sob um "Estado policial" na gestão de Jair Bolsonaro.