Ao menos 14 capitais no Brasil já desistiram de eventos públicos no fim do ano, mas a capital paulista ainda mantém planejamento
Pedro Venceslau
O governador João Doria (PSDB) defendeu nesta quarta-feira, 1º, que prefeitos paulistas suspendam festas de réveillon no Estado. Com a chegada da variante Ômicron e a quarta onda da covid-19 na Europa, ao menos 14 capitais no Brasil já desistiram de eventos públicos no fim do ano. A cidade de São Paulo, porém, ainda mantém o planejamento da festa.
"Vamos no caminho da cautela e do zelo para proteger vidas. Não era hora de fazer festas de réveillon", disse Doria, em viagem oficial a Nova York para encontro com investidores organizada pela InvestSP. "Embora seja decisão dos municípios, não me parece a hora adequada", acrescentou.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também está em Nova York, mas até agora manteve o planejamento da tradicional festa da virada na Avenida Paulista. "Os prefeitos podem tomar medidas mais duras que o Estado, mas não mais facilitadoras", disse Doria.
"O sentimento que tenho é que os prefeitos estão na mesma índole, que é proteger vidas. Garantir a vida das pessoas é mais importante que a celebração festiva", acrescentou Doria. Ele disse ainda que pediu novos estudos ao comitê científico do Executivo paulista para definir os rumos da flexibilização no Estado, diante da confirmação de três casos da Ômicron em São Paulo.
"Temos que ter muito cuidado também em relação ao carnaval para que prefeitos e prefeitas possam reavaliar. A vida é mais importante que festa", disse Doria. Pelo menos 70 cidades paulistas já cancelaram o carnaval de 2022, entre elas São Luiz do Paraitinga.
Doria visitou nesta quarta investidores ao lado do secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, do presidente InvestSP, Gustavo Junqueira, e de Ricardo Nunes. Na programação de visitas, estão representantes do Bank of America, Bloomberg, Goldman Sachs e da Cornell Tech.