Nicolás Misculin
La Pampa, uma província do centro da Argentina cuja área vasta de pastos abriga dez vezes mais vacas do que habitantes, geralmente não entra no radar dos grandes partidos políticos que cortejam votos.
Mas agora a região dos pampas repleta de gado se torna um campo de batalha crucial das eleições de meio de mandato que acontecem no domingo. La Pampa é uma província sem perfil político definido que pode alterar o equilíbrio de poder no Congresso, influenciando reformas legais e um novo acordo de 45 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Partido Peronista do presidente de centro-esquerda, Alberto Fernández, conseguiu duas cadeiras no Senado em La Pampa em uma vitória apertada quatro anos atrás, e a oposição conservadora somente uma.
Mas os eleitores de La Pampa estão revoltados com uma proibição de exportação de carne bovina adotada para conter a inflação em disparada, e puniram os peronistas em uma eleição primária de setembro que foi uma prévia das eleições de meio de mandato.
Se o resultado se repetir no domingo, dois assentos irão para a oposição, o que ajudará a possivelmente eliminar a maioria que os peronistas mantêm no Senado desde 1983, quando a Argentina restituiu a democracia.
"O fechamento das exportações de carne bovina marcou um antes e depois no relacionamento dos produtores agrícolas com o peronismo", disse Maximiliano Aliaga, um criador de gado e agricultor de La Pampa.
Nacionalmente, o partido governista tem 41 senadores de um total de 72. Se perder cinco ou mais, como preveem pesquisas de opinião, não terá mais uma maioria.