Secretário Estadual da Saúde aponta avanço da imunização e indica que haverá redução na obrigatoriedade do uso de máscaras
Jean Gorinchteyn*
Desde quando houve a primeira morte por covid-19, em março do ano passado, toda segunda-feira tivemos aportes de óbitos nos números. A gente sabia que era um dia com menos registros, mas mesmo assim nunca zerava. Então chegarmos nesta segunda-feira a nenhuma morte é emblemático, pois a não notificação de mortes tem um simbolismo que reforça o controle da pandemia no nosso Estado, fruto da vacinação e de a população ter acatado os protocolos, principalmente o uso de máscaras.
Ver os índices diminuindo nos permite entender que estamos controlando a pandemia, mesmo ampliando a presença em eventos esportivos, culturais e de entretenimento. Sempre tivemos a liderança do governador João Doria e ele pedia uma atenção especial aos números. A partir do fim de março, tínhamos mais de mil solicitações de vaga para leitos de UTI e sabíamos que era preciso aumentar esse número de forma acelerada. E quando falamos isso, não é só o leito em si, mas equipe técnica, monitor e várias outras coisas. Em tempo recorde, chegamos a 16.500 leitos.
Aí tínhamos a preocupação com uma possível falta de oxigênio, como ocorreu no Amazonas. Nos reunimos com fabricantes e eles nos mostraram uma preocupação para cidades com menos de 10 mil habitantes. Então adquirimos mais de 2.500 cilindros de forma emergencial, com logística com a parceria privada, que levava os cilindros cheios e trazia os vazios. Depois veio a questão dos kits de intubação e tínhamos de cuidar das compras com os municípios.
Se não tivéssemos a vacinação e aliado a isso a obrigatoriedade do uso de máscara, talvez tivéssemos um recrudescimento dos casos. Tínhamos uma preocupação com a variante Delta, uma possível terceira onda, mas não ocorreu.
Isso mostra que São Paulo é um case de sucesso de vacinação e de proteção à população. Por isso, não registrar nenhuma morte por covid-19 é um resultado emblemático e que deixa claro que estamos no caminho certo. Para se ter uma ideia, 100% da população adulta do Estado já tomou ao menos uma dose da vacina e 90% já recebeu as duas doses. Não tenho dúvidas que a vacina é o grande diferencial.
Agora queremos aumentar a vacinação dos adolescentes. E a aceitação da terceira dose tem sido positiva. Estamos olhando para reduzir a obrigatoriedade das máscaras, por causa da redução da taxa de transmissão e do aumento da vacinação. A tendência é que primeiro sejam retiradas em ambientes externos e por fim no transporte público. É avaliação para o fim de novembro.