Presidente também disse que "qualquer negocinho" é suficiente para os agentes de mercado elevarem as taxas de juros a longo prazo
Eduardo Simões
O presidente Jair Bolsonaro voltou a chamar o mercado financeiro de "nervosinho" nesta quarta-feira, 27, ao ser questionado sobre as reações dos investidores à decisão do governo de mexer no teto de gastos para abrir espaço fiscal para um programa social.
Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, Bolsonaro também disse que "qualquer negocinho" é suficiente para os agentes de mercado elevarem as taxas de juros a longo prazo.
"O mercado é um nervosinho. Um nervosinho. Qualquer negocinho aumenta a taxa de juros a longo prazo, perdeu mais de 50 bilhões de reais. É assim que acontece", disse o presidente ao programa.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta a nova taxa básica de juros da economia brasileira, com expectativa do mercado de uma alta de mais de 1 ponto percentual sobre o patamar atual, de 6,25% ao ano.
Bolsonaro interrompeu sua entrevista ao ser repetidamente questionado pelo humorista André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho, ex-aliado e atualmente desafeto do presidente, sobre acusações indiretas contra o filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), de desvio de salário de assessores quando era deputado estadual no Rio.
"Marinho, não vou aceitar provocação tua. Teu pai é o principal interessado na cadeira do Flávio Bolsonaro. Não tem mais conversa contigo", respondeu Bolsonaro. Paulo Marinho é suplente de Flávio.
Quando o humorista insistiu na pergunta e acusou o presidente de apenas aceitar perguntas de "bajulador", integrantes do programa começaram a discutir e Bolsonaro acabou interrompendo a entrevista.