Diplomatas assinaram apelo em defesa de libertação de ativista
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ordenou neste sábado (23) a expulsão de 10 embaixadores que assinaram um apelo pela libertação do ativista e filantropo Osman Kavala, acusado pelo regime de participação no fracassado golpe de Estado de 2016.
"Ordenei ao nosso ministro das Relações Exteriores que declare esses 10 embaixadores como personae non gratae [plural de 'persona non grata'] o quanto antes", declarou Erdogan. Esse costuma ser o primeiro passo para a expulsão de um diplomata.
Os signatários da carta em defesa de Kavala são os embaixadores de Alemanha, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Finlândia, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos e Suécia.
"Eles [os embaixadores] precisam conhecer e entender a Turquia.
Eles precisam ir embora daqui no dia em que não conhecerem mais a Turquia", acrescentou o presidente.
Kavala está preso desde outubro de 2017, apesar dos apelos ocidentais e de uma sentença da Corte Europeia de Direitos Humanos em defesa de sua libertação.
O filantropo havia sido detido inicialmente por envolvimento nos protestos de 2013, mas acabou absolvido em fevereiro do ano passado. Logo em seguida, no entanto, se tornou alvo de novas acusações, desta vez relativas à tentativa de golpe de 2016.
O levante daquele ano serviu de justificativa para Erdogan reforçar a repressão contra opositores e iniciar um expurgo no serviço público e nas Forças Armadas.
O anúncio do presidente chega a exata uma semana da cúpula do G20 em Roma, quando ele se reunirá com os líderes de alguns dos países signatários do apelo por Kavala. .