O Centro de Contingência da Covid-19 deve enviar uma recomendação formal nos próximos dias para que a exigência continue em hospitais
João Ker
O governo de São Paulo estuda manter o uso obrigatório de máscara facial para situações específicas mesmo após o fim da pandemia. Segundo João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, o comitê enviará nos próximos dias uma recomendação formal à administração estadual sugerindo que a medida seja aplicada, a princípio, ao menos em ambientes hospitalares.
Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (20), Gabbardo não especificou se a medida será aplicada a outras situações e ambientes. Ele também descartou por ora que a obrigatoriedade do uso de máscaras seja suspensa no Estado, "apesar de os números estarem muito positivos".
São Paulo tem mais de 80% da população adulta com o esquema vacinal completo (duas doses ou imunizante de aplicação única). Segundo os dados do governo, todos os índices da pandemia apresentaram queda nesta semana epidemiológica, em comparação com a anterior. Houve redução de 58,1% dos casos, 14,2% das internações e 44,3% dos óbitos.
De acordo com Gabbardo, o comitê vai apresentar uma "série de indicadores relacionados à cobertura vacinal e transmissibilidade" que serão usados para uma possível flexibilização da obrigatoriedade da máscara. "Inicialmente, isso se dará em ambientes externos, ao ar livre e sem aglomerações", afirmou.
Ele ainda explicou que é necessário "acompanhar o impacto" das flexibilizações recentes anunciadas no Estado, como a volta às aulas presenciais, a presença de público em eventos e a redução do distanciamento de um metro. "Temos vários representantes dos setores de eventos pedindo que o uso da máscara não seja flexibilizado. Todos têm receio de retroceder."
Gabbardo ainda disse que "as flexibilizações do Plano São Paulo sempre foram com segurança" e que "nunca houve retrocesso", mas a classificação das fases propostas pelo comitê foi marcada por adiamentos e períodos de retrocesso ao longo da pandemia. Ainda em maio, as medidas de abertura previstas foram adiadas e, em novembro do ano passado, o Estado inteiro regrediu para as restrições da fase amarela, um dia após as eleições municipais.