Filho do presidente associa a não renovação de contratos com a campanha ‘Fica em casa’ de prevenção da covid-19
Jeff Benício
Na segunda-feira (18), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) reproduziu no Twitter uma crítica em tom sarcástico postada no perfil de Instagram @rip_esquerda.
“Uma boa notícia aos artistas da Globo que gritaram ‘Fica em casa’ e foram demitidos. Agora vocês poderão mesmo ficar em casa”, diz a mensagem.
Carlos complementou: “A economia a gente vê depois… e coloca a culpa você sabe em quem! Tem método, biografia, prudência, sofisticação, socialismo e muita liberdade”.
Nos últimos meses, a emissora carioca não renovou o contrato com vários atores. Alguns deles, como Reynaldo Gianecchini e Lázaro Ramos, usaram sua influência nas redes sociais para defender o isolamento social como prevenção da covid-19 no início da pandemia.
O processo de corte de vínculos de longo prazo da Globo é anterior à chegada do coronavírus ao Brasil. O canal da família Marinho passa por uma reestruturação financeira desde 2018.
O telejornalismo da emissora sempre fez campanha pela adesão em massa ao “se puder, fica em casa”, protocolo criticado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
Em live no dia 14 de setembro, o presidente criticou as celebridades que estimularam a população a não ir às ruas. “Vocês lembram dos artistas globais, dos atores e atrizes? ‘Fique em casa. Vou fazer uma receitinha, tomar um vinho, porque ninguém é de ferro’. Lembram disso? Lembram de uma atriz que disse ‘estou aprendendo francês em casa?’ Lembram? ‘Se der problema, (peço) ifood’. Tá chegando o preço pra pagar aí. Eu estimulei a todos a trabalhar”, disse.
Diariamente, o telejornalismo das principais emissoras destaca a volta do fantasma da inflação, o aumento de preços de produtos e serviços, o número recorde de brasileiros que passam fome e a perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira. Comentaristas e entrevistados nas matérias responsabilizam o governo pela situação alarmante.