Segundo os veículos de comunicação locais, são ao menos quatro mortos e oito feridos
Uma manifestação nesta quinta-feira, 14, sobre o inquérito que investiga a explosão no porto de Beirute no ano passado terminou com mortes e feridos na capital do Líbano. Segundo os veículos de comunicação locais, são ao menos quatro mortos e oito feridos.
O protesto foi liderado pelo partido islâmico Amal e pelo movimento Hezbollah e o confronto ocorreu quando o Exército entrou em ação para conter os militantes. Ainda conforme os sites libaneses, "homens armados" não identificados também atuaram no ato, que se concentrou na rótula Tayyoune.
Os militantes do Amal estavam com fuzis e armas automáticas e faziam uma série de disparos para o ar até a ação do Exército. Eles se dirigiam ao Palácio da Justiça, mas foram impedidos.
Os manifestantes, liderados pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, foram às ruas protestar contra o juiz Tareq Bittar, que lidera o processo sobre a explosão no porto, ocorrida em 4 de agosto de 2020, e que matou mais de 220 pessoas e feriu outras seis mil.
Na terça-feira, 12, a Justiça determinou a prisão do deputado Ali Hassan Khalil, que pertence ao Amal e que era ministro das Finanças do Líbano à época da explosão. Para os membros da sigla, o Bittar quer "politizar" o processo e dois ministros atuais entraram com uma ação contra o magistrado, suspendendo o processo.
Toda a ação desta quinta ameaça implodir o recém-formado governo libanês. Em 21 de setembro, o Parlamento deu seu voto de confiança ao novo premiê Najib Mikati e colocou fim aos 13 meses de instabilidade política.
Desde a explosão, o presidente Michel Aoun tentou indicar outros dois nomes para a função, mas todos fracassaram. À época, o então primeiro-ministro Hassan Diab renunciou, juntamente com todos os ministros. Para seu lugar, foram indicados Mustapha Adib - que ficou menos de um mês na tentativa de formação de governo - e Saad Hariri - que ficou pouco menos de um ano.
O Líbano possui uma estrutura de poder que, para além das desavenças políticas e partidárias, ainda precisa ser dividida entre cristãos e muçulmanos sunitas e xiitas. Por exemplo, o presidente sempre deve ser um cristão maronita, o premiê um sunita e o chefe do Parlamento um xiita. Parlamentares e ministros devem ser divididos igualmente em 50% entre as duas vertentes religiosas.