Neste mês das Crianças, a Sociedade Paulista de Reumatologia alerta sobre a importância do diagnóstico e do cuidado com a saúde infantil
A Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que pelo menos uma criança entre 500 seja afetada por uma doença reumática. Apesar de parecer uma condição que atinge apenas os idosos, o reumatismo também pode surgir na infância ou na adolescência. O diagnóstico e o tratamento adequados são extremamente importantes para evitar complicações.
A dor de crescimento - também chamada de dor de membros - é a mais comum, acometendo de 10 a 20% das crianças, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Ela recebeu esse nome no século 19 e, embora pareça, não está relacionada ao crescimento em si: é uma condição benigna com curso autolimitado, ou seja, tem um fim espontâneo mesmo sem tratamento. As manifestações ocorrem nas pernas (coxas, panturrilhas ou atrás dos joelhos) de crianças durante a noite. Ela não está associada a outra doença, mas pode ter o diagnóstico confundido, principalmente com a artrite idiopática juvenil.
Muitas doenças reumáticas acometem crianças e adolescentes, como a febre reumática, as vasculites, o lúpus eritematoso juvenil, a dermatomiosite e as febres periódicas. O reumatismo infantil não é fatal, mas a falta de tratamento pode deixar sequelas graves, como perda de movimento em braços ou pernas, o que pode tornar a criança, de acordo com a evolução do quadro clínico, dependente. A artrite idiopática juvenil e as espondiloartropatias, por exemplo, são doenças crônicas que, na ausência do tratamento adequado, podem evoluir para deformidades osteoarticulares graves.
Quando procurar o reumatologista pediatra?
O primeiro passo é observar se a criança começa a apresentar dificuldade para realizar atividades do dia a dia como lavar o cabelo, escrever, brincar e praticar exercícios. A febre prolongada e recorrente ou febre sem sinais de infecção também são sintomas que servem de alerta.
"Se a criança deixa de brincar e pular, ou anda com dificuldade, não ache que é preguiça ou ‘manha’. Procure por um médico, pois o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso no tratamento", orienta a reumatologista pediatra Daniela Piotto.
Além disso, o inchaço das articulações, queixas de dor, rigidez, manchas na pele, mãos ou pés gelados que mudam de cor - branco, vermelho ou azulado - devido ao fenômeno de Raynaud, dermatites e alergias que não melhoram com o tratamento também são sinais que devem ser analisados por um profissional.
A avaliação de um especialista, como o reumatologista pediatra, é importante para detecção e tratamento precoce, evitando danos permanentes e impedindo a progressão da doença nas crianças e adolescentes. Geralmente, o tratamento inclui o uso de anti-inflamatórios e antibióticos, e deve ser feito com acompanhamento multiprofissional, isto é, junto a várias especialidades.
SOBRE A ESPECIALISTA - Daniela Piotto
Médica assistente da Disciplina de Alergia, Imunologia Clínica e Reumatologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo e Consultora em pediatria do Grupo Fleury. Membro da Comissão Científica da Sociedade Paulista de Reumatologia.
SOBRE A SPR
A Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) é uma associação civil científica de direito privado, sem fins lucrativos, que representa os reumatologistas do Estado de São Paulo. A SPR divulga documentos científicos sobre a área da reumatologia, tanto para a comunidade médica quanto para o público em geral.
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