Presidente discursou durante cerimônia das obras do metrô de Belo Horizonte (MG)
Matheus de Souza e Sofia Aguiar
Seguindo a agenda de viagens de comemoração aos mil dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro participou nesta quinta-feira (30) de cerimônia de sanção do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) para obras do metrô de Belo Horizonte e do lançamento da pedra fundamental do Centro Nacional de Vacinas. Em um evento marcado pelas manifestações pró e contra governo, Bolsonaro teve o discurso interrompido e desviou suas falas para reforçar suas críticas à gestão do PT. "Vamos comparar os 14 anos de governo do PT com os 4 anos do nosso governo", pediu o presidente.
A fala ocorreu após manifestações contra o governo interromperem seu discurso. O chefe do Executivo afirmou que não ofenderia a mulher responsável pela sua interrupção, declarando inclusive não ter entendido sua fala, mas garantiu que se "porventura" for candidato às eleições do ano que vem, teria "o maior prazer de debater com o candidato dessa senhora".
Acompanharam a comitiva presidencial os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, e da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, além do ministro da Cidadania, João Roma e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Nos discursos que antecederam o pronunciamento de Bolsonaro, os ministros enalteceram o chefe do Executivo e sua defesa à liberdade, democracia e verdade. O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que acompanhou Bolsonaro no evento, e também fez elogios ao chefe do Executivo, recebeu de volta o gesto de admiração do presidente, que declarou ser muito bom contar com o apoio de alguém com a "humilde" e da "estatura" de Zema.
Devido ao clamor popular, no início da cerimônia o presidente pediu que "na medida do possível", o governador e a segurança do evento liberassem manifestantes pró-governo para se aproximarem do local onde ocorria o evento. Também ocorreram protestos de oposição ao governo. Manifestantes reclamaram que foram impedidos de entrar na área da cerimônia. Grades que cercavam o perímetro foram derrubadas e a Polícia Militar teve que intervir.
Durante o evento, o presidente foi aclamado por apoiadores após pegar uma arma de brinquedo de uma criança fantasiada de militar, que sentou ao lado dele, e apontar o brinquedo para o alto. "Eu tenho quase 70 anos. Quando era moleque, eu brincava com isso. Com arma, com flecha, com estilingue. Assim foi criada a minha geração. E crescemos homem fortes, sadios, e respeitadores", declarou o presidente. Bolsonaro cumprimentou os pais da criança que, segundo ele, ensinam o exemplo civilidade, patriotismo e respeito.
Na cerimônia, o presidente sancionou uma lei que abre crédito especial no valor de aproximadamente R$ 3 bilhões. Deste valor, R$ 2,8 bilhões serão destinados à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A medida visa aumentar o capital da União na empresa a ser constituída a partir da cisão parcial da CBTU.
Dentre outras medidas, o projeto também destinará R$ 66 milhões para obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), R$ 33 milhões para fomento do setor agropecuário e R$ 22 milhões para projetos de infraestrutura hídrica da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).