SP faz primeiros repasses diretos de CoronaVac a Estados
No total, 2,5 milhões de doses serão entregues a Pará, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso e Piauí
Pedro Venceslau e Marco Antônio Carvalho
O governo de São Paulo e o Instituto Butantan repassam nesta quarta-feira (22) 2,5 milhões de doses da CoronaVac a cinco Estados brasileiros, como parte de uma aquisição direta que não envolveu o Ministério da Saúde. Ao governo federal, o governo paulista diz já ter finalizado a entrega da quantidade contratada de 100 milhões de vacinas.
A entrega de vacinas a outros Estados ocorre em um momento em que o governador João Doria (PSDB) formaliza a sua pré-candidatura à presidência da República. A CoronaVac não tem liberação da Anvisa para ser aplicada em adolescentes nem é recomendada pelo governo federal como dose de reforço para idosos.
A maior parte da entrega desta quarta-feira será destinada ao Pará, que ficará com 1 milhão de doses. Espírito Santo e Mato Grosso receberão 500 mil vacinas. Ceará ficará com 300 mil doses e o Piauí, 200 mil. As vacinas foram envasadas pelo Instituto Butantan, que realizou "rigoroso controle de qualidade antes do fornecimento".
O Pará é um dos Estados que tem a menor proporção de habitantes adultos vacinados e poderá usar os novos lotes para acelerar a aplicação. De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, as cidades paraenses tem 70% dos adultos imunizados com a primeira dose até aqui, número que já chegou a 100% em São Paulo.
Os demais Estados que recebem hoje as vacinas extras estão com mais de 80% da população adulta com a primeira dose. As doses do Butantan também poderão ser usadas como segunda dose. A proporção de adultos totalmente imunizados nesses Estados está na casa dos 40%, com exceção do Espírito Santo, onde 53,5% dos maiores de idade estão completamente vacinados.
O contrato de 100 milhões de doses do Butantan ao governo federal foi finalizado no dia 15 de setembro, com a liberação de um lote de 6,9 milhões de imunizantes. O instituto sediado em São Paulo ainda terá de substituir parte dos lotes já entregue depois de uma interdição realizada pela Anvisa. Nesta quarta-feira, a agência federal ordenou o recolhimento de vacinas produzidas em uma fábrica na China que não passou por inspeção brasileira.