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Mancha de fumaça cobre sul da Amazônia e pode chegar a SP até o fim da semana

Publicada em 29/08/24 às 08:13h - 42 visualizações

por TV Jundiai Hoje


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 (Foto: TV Jundiai Hoje)
Concentração de monóxido de carbono proveniente das queimadas que afetam a região foi constatada pela agência climática europeia. Bioma observa salto nos registros de focos de incêndio

Uma alta quantidade de monóxido de carbono (CO), proveniente de focos de incêndios florestais, têm se concentrado desde a última terça-feira, 27, sobre o sul da Amazônia, indicam imagens de satélites obtidas pelo serviço Copernicus, da agência climática da União Europeia. A tendência é que a concentração, que paira sobre o oeste da Bolívia e recobre de forma mais intensa os Estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso, se espalhe e chegue até São Paulo e Paraná no final da semana. 

"A estimativa da principal fonte do monóxido de carbono, neste caso, são as queimadas", diz o meteorologista e professor Humberto Alves Barbosa, que é coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas.

Entre os dias 27 e 28 de agosto, a Amazônia registrou 3.949 focos de incêndios, segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - no mesmo período do ano passado, foram 1.040.
Considerando o mês agosto, o bioma soma até o momento 31.130 de focos ativos de queimadas, quase o dobro do mesmo período de 2023 (15.710).
A maior concentração do monóxido de carbono é indicada no mapa com uma mancha vermelha, a mais alta na escala de Partículas Por Bilhão de Volume (PPBV), que aponta a quantidade de monóxido de carbono em uma região.

Para atingir essa coloração no mapa, a concentração deve ultrapassar 1,2 mil ppbv. Para efeitos de comparação, na madrugada desta quarta-feira, por volta das 6h desta quarta, os satélites chegaram a captar uma quantidade de 8,5 mil ppbv no sul da Amazônia. Às 18h, as medições indicavam uma diminuição na concentração do gás tóxico (5,5 mil ppbv), mas, ainda sim, dentro de um nível elevado na sua quantidade.

"O que a gente ainda precisa entender é por que está tão alta a concentração desses focos, que estão muito próximos um do outro e acontecendo em um intervalo muito curto de tempo. O foco de queimada tem um DNA característico. Alguma coisa aconteceu simultaneamente", indaga o professor.

A previsão de Humberto Alves Barbosa é que as partículas deste monóxido de carbono se desloque para o sul do País nos próximos dias, por conta da presença de fortes ventos. "Estamos prevendo para sábado e domingo maior concentração dessas partículas para São Paulo, Paraná, e em algumas áreas da região Centro-Oeste", disse.

O meteorologista aponta que os próximos meses também poderão ser críticos em termos de queimadas para a Amazônia. "Mesmo que termine a estação seca no Norte, entre setembro e em outubro, pode haver uma extensão dessa secura se deslocando mais para a região leste da Amazônia, o que é mais preocupante porque pode atingir a transição entre Amazônia, Cerrado e Caatinga."

Decretos de emergência por queimadas disparam e áreas onde vivem 4,4 milhões são afetadas
A quantidade de municípios que decretaram situação de emergência em função do avanço das queimadas florestais saltou durante agosto no País. Foram 118 decretos dessa natureza desde o início do mês, 51 deles no Estado de São Paulo, que viu o fogo avançar com grande intensidade a partir do fim da semana passada. As ocorrências vêm se avolumando também na Amazônia e no Pantanal nos últimos meses.

O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com base em dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Além de São Paulo, aparecem em destaque no levantamento os Estados do Mato Grosso (35 decretos), e Acre (22). Na noite desta terça-feira, 27, o Pará decretou emergência pela mesma razão.

O decreto de emergência autoriza ao poder público local, por exemplo, a dispensa de licitação para contratações, o que pode ser necessário em situações de desastre climático. Segundo especialistas, eventos extremos ficarão mais graves e frequentes nos próximos anos por causa do aquecimento global.




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