Álcool na composição do produto pode levar a desequilíbrio das bactérias da cavidade oral, com aumento na quantidade de microrganismos relacionados as doenças gengivais e periodontais. E já é conhecido que a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas pode provocar câncer de colorretal e esôfago.
PerioPlus Balance
São Paulo – 30/07/2024 - O uso de enxaguatórios orais, quando devidamente indicado por um cirurgião-dentista, pode ser um grande aliado da saúde oral, especialmente no tratamento de certas condições orais, como gengivite e periodontite, além de processos inflamatórios causados por trauma de aparelhos e como coadjuvante nas cirurgias de implantes ou outros procedimentos cirúrgicos. Mas é importante ficar atento à formulação do produto, pois alguns componentes podem trazer prejuízos à saúde. Por exemplo, um estudo publicado em junho no Journal of Medical Microbiology mostrou que o uso de enxaguatórios orais com álcool pode levar a um desequilíbrio na microbiota oral, podendo favorecer o surgimento de doenças orais e até alguns tipos de câncer. “Nesses produtos, o grande problema do álcool, que é o responsável por aquela sensação de ardência causada por certos enxaguatórios orais, está no fato de destruir tanto bactérias benéficas quanto prejudiciais, levando a um desequilíbrio nesse ecossistema que chamamos de microbiota oral”, afirma o cirurgião-dentista Dr. Mario Sergio Giorgi, consultor científico da Curaden Swiss.
No estudo, os participantes utilizaram um enxaguatório oral com álcool por três meses e depois um enxaguatório oral sem álcool por mais três meses, ou vice-versa. Esfregaços da cavidade oral foram realizados no início do estudo e após cada período de três meses de uso dos enxaguatórios. Após análise desses esfregaços, foi observado que o uso diário de enxaguatório oral com álcool está associado a um aumento significativo na quantidade de duas bactérias: Fusobacterium nucleatum e Streptococcus anginosus. “Ambas são bactérias naturalmente presentes na cavidade oral. O problema é que, em casos de desequilíbrios na microbiota oral como o causado pelo álcool, podem se proliferar rapidamente e, em grandes quantidades, favorecer o agravamento de doenças periodontais, além de também estarem associadas com o desenvolvimento de câncer bucal”, pontua o especialista. Os pesquisadores também observaram uma diminuição na quantidade de bactérias do tipo Actinobacteria. “Esse tipo de bactéria está envolvido em um processo de produção de óxido nítrico no organismo, que atua como vasodilatador para manter a pressão arterial controlada. Logo, essas bactérias desempenham um papel importante na manutenção da saúde cardiovascular”, acrescenta.
Vale ressaltar que o uso de enxaguatórios orais não é uma causa direta dessas doenças, mas pode favorecer seu desenvolvimento, especialmente em casos de fumantes, diabéticos, pessoas com uma alimentação desbalanceada, hábitos de higiene oral inadequados e histórico de doenças periodontais, por exemplo. “Mas sabemos que o uso de enxaguatório oral tem outras consequências. Por exemplo, seu uso excessivo pode danificar o esmalte dental, tornando-o mais fraco e poroso, o que pode levar a sensibilidade e facilitar o aparecimento de manchas e cáries. Além disso, pode causar um ressecamento da mucosa oral, interferindo na produção de saliva, sua capacidade protetora e equilíbrio da microbiota oral”, destaca o especialista.
Então, apesar do estudo possuir algumas limitações, como a falta de informações sobre hábitos de vida e uma amostra limitada, o uso de enxaguatórios orais com álcool não é recomendado. “Embora a grande maioria dos enxaguatórios orais disponíveis no mercado contenham álcool em sua formulação, existem alguns produtos, como a linha PerioPlus da Curaprox, que não possuem o ingrediente na composição”, diz o cirurgião-dentista, que afirma que a falta do álcool não interfere, de forma alguma, na eficácia do produto. “Com relação aos enxaguatórios orais, o ingrediente ‘padrão-ouro’ para combater os microrganismos patogênicos é a Clorexidina (CHX) e não o álcool”, pontua.
Porém, a Clorexidina também pode ter efeitos colaterais, como sabor desagradável, pigmentação do esmalte dental e alterações do paladar, o que, inclusive, dificulta a adesão ao uso. Por isso, o ideal é optar por produtos que contenham ingredientes capazes de diminuir os efeitos colaterais adversos da Clorexidina enquanto potencializam sua eficácia, como é o caso do Citrox, presente nos enxaguatórios orais PerioPlus. “O Citrox é composto por bioflavonóides naturais extraídos da casca da laranja amarga que potencializam o efeito antisséptico, antifúngico e antiviral da Clorexidina. Evidências mostram que a combinação da Clorexidina com Citrox é mais efetiva quando comparada à Clorexidina de forma isolada, sendo extremamente eficaz contra uma ampla gama de microrganismos e dificultando o acúmulo de biofilme oral, porém, sem causar impacto negativo no paladar ou no esmalte dos dentes”, destaca o especialista.
Outra vantagem da combinação entre Citrox e Clorexidina está no fato de possibilitar o uso de enxaguatórios orais com níveis mais baixos de Clorexidina sem prejuízos à eficácia. “Mas o mais importante é que o enxaguatório oral seja indicado por um cirurgião-dentista de acordo com as necessidades de cada paciente, levando em consideração, principalmente, a concentração de Clorexidina do produto. Para uso prolongado, por exemplo, recomendamos o PerioPlus Balance, que possui uma menor concentração do ativo (0,05%)”, afirma o Dr. Mario Giorgi. “Além disso, lembre-se que o enxaguatório oral é um complemento à rotina de higiene oral e não substitui a escovação adequada e o uso de escova interdental”, finaliza.
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